
Sobre o marrare número 3
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Sobre o café marrare
... Na capital do reino, cidade que a prudência aquietara, morria o café Marrare. Depois de ter sido o lugar privilegiado dum romantismo em crise de crescimento, o seu papel estava agora terminado. José Estêvão já não tinha discursos inflamados para declamar; as cinzas do lenço da Alboni, dissolvidas nas taças de champanhe, há muito se tinham consumido... Em 1866, o Marrare fechou as portas para ser substituído por uma prosaica loja de sapateiro. Símbolo da preguiça de Lisboa, como diziam os portuenses, desta mesma preguiça morria. Será de algum modo substituído pelo café Martinho, que, longe do Chiado, não terá o seu encanto nem o seu prestígio.
(FRANÇA, José-Augusto. O romantismo em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1993.)