
Sobre o marrare número 8
Os artigos que integram o número 8 d’ O Marrare digital, atendendo aos critérios do periódico, abordam as literaturas em língua portuguesa em suas mais diversas vertentes. Os artigos, todos produzidos por professores universitários, retratam não só a pesquisa dos articulistas, mas também são resultado de reflexões feitas a partir de seu trabalho acadêmico nos cursos de graduação e pós-graduação em Letras de instituições públicas e privadas do país e do exterior.
Além dos artigos, como nos números anteriores, contamos com as seções Alfarrábios e Resenha, organizadas por professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ambas as seções são também resultantes dos trabalhos acadêmicos de ensino e pesquisa no Instituto de Letras da UERJ. Os poemas de Luís de Camões, que compõem a seção dos Alfarrábios, embora sejam de conhecimento público, têm um caráter especial, pois são os únicos poemas publicados quando o poeta ainda vivia. A seção reservada a resenhas conta com a resenha do livro do filósofo esloveno Slavoj Zizek, entrevistado por Glyn Daly, professor de política na Faculdade de Artes e Ciências Sociais do University College, em Northampton. Zizek, segundo ele mesmo, apresenta como seu paradigma o idealismo alemão (Kant, Schelling e Hegel) e a psicanálise (Freud e Lacan).
Enfim, um convite à leitura!
Sobre o café marrare
Digno herdeiro dos cafés do final de Setecentos, como o Nicola ou o Botequim das Parras, o mais célebre estabelecimento comercial de Lisboa do Romantismo foi ponto de encontro favorito para a geração de Garrett. Chamavam-lhe Marrare "do Polimento", por causa da madeira reluzente que o revestia. Talvez também pelo fulgor absoluto dos figurões que lhe iam abrilhantando as tertúlias, tornando ainda mais selecta a já por si elegante Rua das Portas de Santa Catarina (vulgo Chiado), centro absoluto da vida social do tempo.
(DIAS, Marina Tavares. Os cafés de Lisboa. Coimbra: Quimera Editores, 1999, p.38)